sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Na Natureza Recolhida...

O vento levanta a areia 
E faz murmurar... 
Segredos e contos de sereia 
Que só eu consigo escutar, 
Deixo-me embalar 
Nos seu cantos melodiosos; 
Permito-me meditar 
Esquecendo os vários lagos pantanosos, 
Sinto paz; sinto-me relaxada 
Respiro a brisa que vem do mar; 
Leve; húmida e demorada 
Num breve desfolhar; 
De uma fúria à muito guardada...   
Sinto-me leve e livre 
Deixo a energia emergir; 
Deixo-me levar para onde nunca estive 
Num lugar ainda por descobrir! 
Mas; breve é o regressar 
Mesmo assim calmo e lento, 
Deixo-me levitar 
Até à hora em que me sento. 
A paz interior abraça-me 
E sinto força para retomar; 
As águas pantanosas esperam-me 
Mas agora já estou preparada para lutar, 
Fundi-me com a Natureza 
Algo que necessito para me acalmar; 
E só uma simples fraqueza 
Uma necessidade; um despertar, 
Um vicio, que preciso matar 
Um liquido que preciso beber;
Como o peixe precisa do mar
Eu preciso de na natureza me recolher!


Escrito Por:

Isabel Brum







Quanto mais se tem; mais se quer ter...

Quanto mais se tem mais se quer ter
Era algo que a avó me dizia;
Ia lá eu imaginar sequer
A razão que ela tinha,
Não sou infeliz; no entanto também não sou feliz
Sinto-me realizada e amada;
Aprendi com o que fiz
Mal ou bem aprendi com a vida,
Tenho emprego o que é raro hoje em dia
Não sou rica; mas tenho o suficiente;
Tenho saude e alegria
Tenho o mais importante;
Sonhos que tive realizei
Outros; muito falta para realizar,
No entanto; quanto mais conquistei
Mais desejo conquistar;
Ainda não atingi a felicidade completa
Nem faço a mais pálida ideia de o conseguir,
Mas atingi aquela pequena meta
que sempre me dispus a atingir;
Só que sinto que me falta algo...
É preciso que eu tenha uma grande lata
Para falar como falo;
Mas é a verdade; ainda não estou contente
Os anos passam o tempo esgota-se;
E neste vivido presente
O tempo dos sonhos acaba-se,
Nunca se é feliz com o que se tem
Há sempre que ter mais;
Sonhos desejos, metas que aumentam
E o desafio de torna-los reais...
Contentar-me com o pouco que conquistei
Isso não... há muito mais para conquistar;
Agora sou assim, amanhã não sei...
Mas vou continuar a tentar,
Vou continuar a procurar...
E vou continuar com a esperança de Alcançar
A Felicidade Completa!


Escrito por:

Isabel Brum

GRITOOO

Um grito preso na alma
Tem vontade de sair
Como uma chama
Com vontade de expandir;
Vejo o mundo rodar em sentido contrário
Sinto que a vida passa sem movimento,
Seres em constante estado precário
Vivendo á sombra do procedimento;
Apetece-me gritar bem alto
Detesto andar assim... Sufocada...
Vejo a chuva cair com forçao
Deixo-me molhar se puder;
Com a pequena esperança
De que isso me purifique o ser,
Enganei-me; ou deixo-me enganar
Quero lá saber...
Deixem-me libertar
Da forma que bem entender...
_"olha que te constipas!"
_"Ya; diz-me algo que eu não saiba"
Mas que sina desgraçada;
Esta de toda a gente opinar
E meter-se onde é chamada...
Ai... Que me apetece ganir...
Subir Paredes; trepar Árvores,
Apetece-me sumir, dar de frosques
Não ter ninguém a chatear;
Preciso de Sossego
Ou de um bem dito lugar,
Completamente desconhecido
Onde não haja esta falácia;
Onde me tenho envolvido
Quero espernear, gritar...
Mas tenho que sossegar e me calar
Porque neste mundinho claudicar,
Só assim se consegue média-paz alcançar.

Escrito Por:

Isabel Brum