domingo, 12 de fevereiro de 2012


                              …MEDIOCRE…

Insólito, mesquinho, medíocre
Tudo do nada que me rodeia;
Revoltante; inaceitável…
Voz cantante que esperneia,
Numa tentativa de se fazer ouvir
Num grito que não sai;
Um tremor silencioso; de uma fenda por abrir
Uma sombra que vem e vai
Não vale a pena…
Desgraça que cai em vão
Numa alma pequena,
Mancha sem solução!
Angústia tenebrosa
Que dói ao sentir;
Tristeza penosa
Que nos faz desistir,
Procura-se a força
Andando em sentido proibido;
Acatando represálias
Que nos vem devolvido,
Insólito; medíocre, inacreditável
Aquilo a que nos dispomos;
Sociedade desconhecida
Mais mortos que humanos,
Em sombras esquecida
Onde só se vê danos…
Sem nenhuma regalia
Num mundo de enganos;
Com menos significado de dia para dia!
Insólito, medíocre, inaceitável!!!

                                                                               ESCRITO POR:
                                                                               Isabel Brum

                      …Não me apetece mesmo nada…

Não tenho nada vontade
Não me apetece sair da cama;
Mas a realidade
É que o dever me chama,
Bate-me o vento gélido
Deixando-me despenteada;
Tento ganhar força para o dia
E para mais uma manhã gelada;
Encontro-me com o destino
Por vezes traiçoeiro,
Vindo do nada…
Como uma mistura de vinho
Feita por um padeiro,
Irónico… Irrisório
Não se sabe como o futuro será
E o presente é temporário,
Rumamos numa maré
Como um barco á vela;
Onde só o vento nos leva
Para onde quer…
Não me apetece mesmo nada
Encarar o dia de hoje,
Quero só ficar descansada
Esperando o calor que me foge!


                                                                               ESCRITO POR:
                                                                               Isabel Brum

                             …Prefiro te odiar…

Sinto o teu olhar em mim
Tento ser indiferente;
Mas gosto que me olhes assim
Até pareço gente,
Parece um olhar sincero
Ingénuo; transparente;
Pelo menos assim espero
Fazes-me sentir atraente,
Trato-te mal; reclamo
Mas no fundo só tento disfarçar;
Pois o que mais amo
É puder te arreliar,
Provocas-me e tentas-me
Respondo e fico com raiva;
Passamos eternas horas a discutir
Banhados num mar de lava,
Invoco forças para me aguentar
Ao ver o teu olhar de carneirinho;
Tento não me descontrolar
Quando pareces querer miminho,
Detesto as tuas atitudes
Detesto os teus ais;
Deves ter virtudes
Mas mesmo sem elas me atrais,
Evito o teu olhar
Sento-me na profundidade da escuridão;
Evito te tocar
Pois sofro do coração,
É estranho no entretanto
Quando de mim te aproximas;
E o teu corpo se encosta
Irra… que me atrofias,
Não és o meu género
Nunca poderias ser;
Mas também não me das sossego
E é irritante a valer,
Fazes com algum propósito?
Nunca irei saber; nunca irei perguntar
Fujo se não aguento,
Prefiro te odiar…


                                                                               ESCRITO POR:
                                                                               Isabel Brum

   …O que de ti sobrou…

Dilui-se no vento
O teu doce perfume;
E no pensamento
Sinto o queixume,
Lava a chuva
O teu sabor;
Deixando-me muda
Suando de dor,
Levitando e chorando
Sinto-me triste;
Sem asas voando
Para um lugar que não existe,
A saudade que dói
E sem licença se instala;
Num lugar que foi
A tua aconchegada sala,
E agora sinto só a presença
De algo que já não há; oculto…
A tua ausência
Na escuridão como um vulto;
Na noite vagueia
Mas como um insulto,
Só se bamboleia
Esquecendo tudo,
E; foi o que de ti sobrou
A leve bruma;
De algo que passou
E desse passado; pouco ou nada restou!

                                                                               ESCRITO POR:
                                                                               Isabel Brum